terça-feira, 29 de novembro de 2011

Geografia de Angola

Angola situa-se na costa do Atlântico Sul da África Ocidental, entre a Namíbia e o Congo. Também faz fronteira com a República Democrática do Congo e a Zâmbia, a oriente. O país está dividido entre uma faixa costeira árida, que se estende desde a Namíbia até Luanda, um planalto interior húmido, uma savana seca no interior sul e sueste, e floresta tropical no norte e em Cabinda. O rio Zambeze e vários afluentes do rio Congo têm as suas nascentes em Angola. A faixa costeira é temperada pela corrente fria de Benguela, o que tem como resultado um clima semelhante ao da costa do Peru ou daBaixa Califórnia. Existe uma estação das chuvas curta, que vai de Fevereiro a Abril. Os verões são quentes e secos, os invernos são temperados. As terras altas do interior têm um clima suave com uma estação das chuvas de Novembro a Abril, seguida por uma estação seca, mais fria, de Maio a Outubro. As altitudes variam, em geral, entre os 1 000 e os 2 000 metros. As regiões do norte e Cabinda têm chuvas ao longo de quase todo o ano.

Dados gerais

Localização de Angola
- África meridional, nas costas do oceano Atlântico Sul, entre a Namíbia e a República Democrática do Congo


Coordenadas geográficas de Angola
- 12º 30' S, 18º 30' E

Referências cartográficas - África

Área de Angola

  • total - 1 246 700 km²
  • terra - 1 246 700 km²
  • água - 0 km²

Área - comparativa

  • Comparação com o Brasil: ligeiramente menor que o Pará
  • Comparação com Cabo Verde: quase 310 vezes maior que Cabo Verde
  • Comparação com a Guiné-Bissau: quase 35 vezes maior que a Guiné-Bissau
  • Comparação com Moçambique: vez e meia maior que Moçambique
  • Comparação com Portugal: 13 vezes e meia maior que Portugal
  • Comparação com São Tomé e Príncipe: quase 1250 vezes maior que São Tomé e Príncipe
  • Comparação com Timor Leste: mais do que 83 vezes maior que Timor Leste

Fronteiras terrestres

  • total - 5 198 km
  • países fronteiriços
    • República Democrática do Congo - 2 511 km (dos quais 220 km são fronteira com a província de Cabinda)
    • Namíbia - 1 376 km
    • Zâmbia - 1 110 km
    • Congo - 201 km

Costa - 1 600 km

Reivindicações marítimas

  • zona contígua - 24 milhas náuticas
  • zona económica exclusiva - 200 milhas náuticas
  • águas territoriais - 12 milhas náuticas

Clima - semi-árido no sul e ao longo da costa até Luanda; o norte tem uma estação fresca e seca (Maio a Outubro) e uma estação quente e chuvosa (Novembro a Abril)

Terreno - uma planície costeira estreita ergue-se abruptamente até um vasto planalto interior

Extremos de elevação

  • ponto mais baixo: oceano Atlântico - 0 m
  • ponto mais elevado: Morro de Moco - 2 620 m

Recursos naturais - petróleo, diamantes, minério de ferro, fosfatos, cobre, feldspato, ouro, bauxite e urânio

Uso da terra

  • terra arável - 2,41%
  • cultivo permanente - 0,4%
  • outros - 97,19% (estimativa de 1999)

Terra irrigada - 750 km² (est. 1998)

Perigos naturais - chuvas locais fortes causam inundações periódicas no planalto

Ambiente - problemas actuais - excessivo uso de pastagens e consequente erosão dos solos, atribuível a pressões populacionais; desertificação; desflorestação de florestas húmidas tropicais em resposta quer da procura internacional por madeiras tropicais, quer do uso doméstico para combustível, resulta em perda de biodiversidade; erosão dos solos contribui para a poluição aquática e para a siltação de rios e barragens; abastecimentos inadequados de água potável

Ambiente - acordos internacionais

  • é parte de - Biodiversidade, Mudanças Climáticas, Desertificação, Lei do Mar, Protecção da Camada de Ozono, Poluição Provocada por Navios
  • assinou mas não ratificou nenhum dos acordos seleccionados

Curiosidade: a província de Cabinda é um enclave, separado do resto do país pela República Democrática do Congo


Pontos extremos

  • Norte: ponto sem nome na fronteira com a República do Congo (a norte da localidade de Caio Bemba, província deCabinda)
  • Norte (sem contar com Cabinda): ponto na fronteira com a República Democrática do Congo a noroeste da localidade de Luvo, província do Zaire
  • Este: secção de rio na fronteira com a Zâmbia (a norte da localidade de Sapeta na Zâmbia), província do Moxico
  • Sul: ponto do rio Cunene na fronteira com a Namíbia (imediatamente a norte da localidade de Andara, Caprivi, Namíbia), província do Cuando Cubango
  • Oeste: ilha da Baía dos Tigres, província do Namibe
  • Oeste (continental): península a oeste de Tombua (Porto Alexandre), província do Namibe
  • Maior altitude: Morro de Moco (2.620 m) 12°28′ S″ 15 11°E
  • Menor altitude: Oceano Atlântico (0 m)

Cidades de Angola

Segue-se uma lista das cidades de Angola. Ao nome actual de cada cidade junta-se, entre parêntesis, o respectivo nome colonial:

Capital

  • Luanda (São Paulo da Assunção de Luanda)

Outras cidades principais

  • Amboim (Porto Amboim)
  • Bailundo (Vila Teixeira da Silva)
  • Benguela (São Filipe de Benguela)
  • Caála (Vila Robert Williams)
  • Calandula (Duque de Bragança)
  • Camacupa (Vila General Machado)
  • Chibia (Vila João de Almeida)
  • Ganda (Vila Mariano Machado)
  • Huambo (Nova Lisboa)
  • Kuito (Silva Porto)
  • Kuvango (Vila da Ponte)
  • Lubango (Sá da Bandeira)
  • Lwena (Vila Luso)
  • Massango (Forte República)
  • M'Banza Kongo (São Salvador do Congo)
  • Menongue (Serpa Pinto)
  • Namibe (Moçâmedes)
  • N'Dalatando (Vila Salazar)
  • N'Giva (Vila Pereira d'Eça)
  • Saurimo (Vila Henrique de Carvalho)
  • Soyo (Santo António do Zaire)
  • Sumbe (Novo Redondo)
  • Tombua (Porto Alexandre)
  • Uíje (Carmona)
Fonte: Wikipédia e Lusoafrica.net

Demografia de Angola

A população de Angola é constituída por 90% de indivíduos de raça negra, e por 10% de raça branca e mestiça. A maior parte da população negra é de origem banta, destacando-se os quimbundos, os bakongos e os chokwe-lundas, porém o grupo mais importante é o dos ovimbundos.

No Sudoeste existem diversas tribos de boximanes e hotentotes. A densidade demográfica é baixa (8 habitantes por quilômetro quadrado) e o índice de urbanização não vai além de 12%. Os principais centros urbanos, além da capital, são Huambo (antiga Nova Lisboa), Lobito, Benguela, e Lubango (antiga Sá da Bandeira).

Angola possui a maior taxa de fecundidade (número de filhos por mulher) e de mortalidade infantil do mundo. Apesar da riqueza do país, a sua população vive em condições de extrema pobreza, com menos de 2 dólares americanos por dia
.

Fonte: Lusoafrica.net

Economia de Angola

A economia de Angola foi bastante afectada pela guerra civil que durou quase trinta anos, colocando o país juntamente com Guiné-Bissau entre os mais pobres do planeta. Todavia, Angola apresenta boas taxas de crescimento apoiadas principalmente pelas suas exportações de petróleo. As jazidas de petróleo estão localizadas em quase toda a estensão da sua costa marítima.

Agricultura

Já teve o café como sua principal cultura, seguem-se-lhe a cana-de-açúcar, o sisal, o milho, o óleo de coco e o amendoim. Entre as culturas comerciais, destacam-se o algodão, o fumo e a borracha. A produção de batata, arroz, cacau e banana é relativamente importante. O gado predominante é o bovino, o caprino e o suíno. Mas toda esta capacidade de produção perdeu-se durante o período da guerra civil, e agora nos tempos de paz, que correm há já quatro anos, Angola vai recuperando paulatinamente essas produções.

Mineração

Angola é rica em minerais, especialmente diamantes, petróleo e minério de ferro; possui também jazidas de cobre, manganês, fosfatos, sal, mica, chumbo, estanho, ouro, prata e platina. As minas de diamante estão localizadas perto de Dondo, no distrito de Lunda. Importantes jazidas de petróleo foram descobertas em 1966, ao largo de Cabinda, assegurando ao país a autosuficiência. Em 1975 foram localizados depósitos de urânio perto da fronteira com a Namíbia.

Indústria

As principais indústrias do território são as de beneficiamento de oleaginosas, cereais, carnes, algodão e fumo. Merece destaque, também, a produção de açúcar, cerveja, cimento, e madeira, além do refino de petróleo. Entre as indústrias destacam-se as de pneus, fertilizantes, celulose, vidro e aço. O parque fabril é alimentado por cinco usinas hidroelétricas, que dispõem de um potencial energético superior ao consumo.

Transporte

O sistema ferroviário de Angola é composto por cinco linhas que ligam o litoral ao interior. A mais importante delas é o Caminho-de-Ferro de Benguela (CFB), que faz a ligação com as linhas de Catanga, na fronteira com o Zaire. A rede rodoviária, constituída em grande parte por estradas de segunda classe, liga as principais cidades. Os portos mais movimentados são os de Luanda, Benguela, Lobito, Namibe e Cabinda. O aeroporto de Luanda é o centro de linhas aéreas que põem o país em contacto com outras cidades africanas, europeias e do resto do mundo.

Fonte: Lusoafrica.net

Conhecimento na Angola

A Angola, como a maioria dos países africanos, depende principalmente de uma produção primaria, que inclui a agricultura e pecuária. Também possuem algumas jazidas para a extração de minérios e pequenas indústrias para o beneficiamento dos produtos produzidos. Como podemos ver, o país ainda não sustenta sua economia pelo uso da forte tecnologia, do mesmo modo que países como os Estados Unidos ou Europa. Por esses motivos, a Angola acaba sendo considerada um país subdesenvolvido, de economia fraca e dependente.
Um dos motivos para esse atraso em relação ao desenvolvimento tecnológico do local, com certeza deve-se á algo que foi muito comum na África em geral: a escravização dos seus cidadãos. Esse fato contribuiu para a retirada de grande parte populacional não só da Angola, como de toda a África, resultando não só numa grande perca cultural (por colonizações), como também aos tirar seus habitantes, tirou a possível mão-de-obra que contribuiria para o desenvolvimento do país e do continente. Mais precisamente em Angola, a colonização portuguesa impediu o desenvolvimento próprio do local e a educação angola passou a ser uma “cópia” de Portugal. A educação superior do local é sustentada por apenas quatro principais universidades: Universidade Agostinho Neto; Universidade Católica de Angola; Universidade Independente de Angola; Universidade Técnica de Angola.
Segundo um artigo feito por integrantes da Fundação Joaquim Nabuco, no Recife, a Angola dependeria de algumas modificações no local para uma possível reconstrução e desenvolvimento. Seria necessário o trabalho conjunto não só do conhecimento formal, tecnológico e especializado (adquirido em estabelecimentos de ensino superior), como também da cultura popular local, além de uma cooperação internacional. A Internet também beneficiaria esse processo.
A partir dessas ações, logo o país, junto á nova mão-de-obra especializada, cresceria e se desenvolveria cada vez mais, pois a mesma se mobilizaria e realizaria diversas obras indispensáveis para o avanço da região, como um saneamento básico e rede de esgotos. Apenas com o trabalho do próprio cidadão angolano, que conhece a cultura local, junto ao conhecimento tecnológico e especializado das universidades, por exemplo, que seria possível o avanço e real independência do país.

Elementos da cultura imaterial

a) Conhecimentos:

Por sua diversidade de províncias, somando dezoito, a Angola possui diversos dialetos e etnias além de vastos conhecimentos culinários, envolvendo frutas e vegetais tradicionais com a caça e pesca exótica encontrada apenas no continente, muito influenciado pela cultura portuguesa. A cultura preserva também fortes conhecimentos sobre a dança, pois desde pequena tem esse contato com os movimentos da mãe (ás costas da qual é transportada) e esta então possui diversos gêneros, significados, formas e contextos, além de fazer parte das celebrações sociais, envolvendo valores de integração e preservação da identidade e sentimento comunitário.

b) Crenças Públicas:

A cultura angolana, como qualquer outra, possui suas crenças, algo em que o povo acredita e preserva em sua cultura. Em questões de fé, a maioria da população é cristã (70,1% de católicos, protestantes) enquanto os outros 29,9% acredita em outras religiões tribais. A Angola, também tem aspectos das tradições afro bantu (pois participa do grupo dos bantos, que é constituído por vários grupos etnolinguisticos principalmente localizados na áfrica subsaariana), que envolve a crença em divindades relacionadas á natureza, criadas por deus, utiliza-se muito dos ensinamentos de medicina herbal/ natural herdada dos antigos curandeiros, acredita na sobrevivência do homem após a morte, vê sacrifícios animais como obrigações ritualísticas e nutricionais, tem como principais ritos/ cerimônias a passagem para a puberdade e ritos fúnebres e outros aspectos afins. Chega-se à conclusão que o país ainda possui crenças tradicionais que ficaram em sua cultura.

c) Valores dominantes e secundários:

A cultura angolana, por ter sido colônia portuguesa, preserva muito dos valores da mesma, porém não a impediu de criar seus próprios valores. O sofrimento de ser colônia trouxe para a cultura a valorização da solidariedade, muito representada em seus símbolos, por exemplo. Também valoriza muito a arte, a dança, de modo em que desde pequeno, o angolano entra em contato com esses aspectos, levando para sua vida inteira e passando aos seus semelhantes.

d) Normas:

Angola, como qualquer país possui algumas normas que limitam as ações ou estabelecem justiça/ organização na sociedade. Alguns exemplos de leis do país é a proibição de discriminação social, e outro o caso de escolas serem públicas e não pagas. Porém nem sempre isso ocorre de maneira correta.Uma vez que as escolas estão em sua maioria em situação precária e de total abandono e os alunos não recebem incentivos e apenas 71 , 2 % dos jovens de 7 a 14 anos estão matriculados na escola, alguns optam então por estudar em Portugal. Também preservam as normas comuns no mundo, como o uso de roupas.

e) Símbolos:

A Angola, como qualquer outro povo, preserva símbolos que possuem significados, ou representem a população angolana ou algum aspecto do povo. Alguns exemplos que esse povo tem como símbolo, é sua própria bandeira, vermelho rubro e preto, com desenho de uma estrela e armas em seu centro, representando o sangue derramado pelos angolanos na época colonial e o continuo trabalho camponês/ industrial juntamente com solidariedade. Também possui uma insígnia da republica, significando, em poucas palavras, o trabalho na agricultura e industria, a educação e a solidariedade. Outro conhecido é a estátua angolana “o pensador”, considerada uma arte fidedignamente angolana. Esses são exemplos gerais do que se entende por símbolos preservados em angola.

Fonte: http://culturaangolana.wordpress.com/

Elementos da cultura material

a) Habitação:

A habitação é um dos maiores problemas que confrontam o governo angolano. O crescimento da população foi tão rápido que não pode ser acompanhado pelo desenvolvimento habitacional. Em todo o país, bairros suburbanos e peri-urbanos se multiplicaram, tornando-os densamente povoados. Isso provoca o mencionado desequilíbrio entre a população e as condições de moradia. É por isso que o governo tem pensado em várias hipóteses para combater esse problema cada vez mais presente na realidade angolana. Na Baixa de Luanda, por exemplo, além de enormes edifícios, há vários projetos em andamento como o “Harmonia”, da cooperativa habitacional “Lar do Patriota”, criada em 2001 que está a construir casas sociais de até 10 mil dólares.

b) Transporte:

O governo não encontrará uma solução para o problema do trânsito em Luanda, por exemplo, se não acelerarem a conclusão das novas centralidades previstas e a desconcentração de certos serviços da cidade baixa tradicional para outros municípios. A reabilitação e desenvolvimento da rede viária e ferroviária poderão diminuir os problemas atuais relacionados ao trânsito e a população, que trás consequências negativas na qualidade de vida, relacionamento social, estabilidade psicológica e principalmente na ‘vida econômica’ do país.

c) Indumentária e adornos:

As vestimentas de Angola diferem muito de homens para mulheres, também dependendo das profissoes exercidas e da sua localização. Como em Luanda onde a preservação dacultura é grande muitas mulheres preservam o uso de Bessasagas, trajes tipícos da região, feitos de panos multicoloridos, miçangas para enfeitar o pulso e pescoço. Já as “mulheres de luto” ficam enrroladas por panos pretos na cabeça usando uma espécie de turbante, sustentado por um canudo de cartão. As pulseiras, colares e brincos, são feitas de turquesa, prata, e quase sempre são utilizadas em grandes quantidades. Suas bijuterias, malas, sacos e calçados são muito coloridos.

d) Alimentação e bebidas:

A angola possui pratos típicos, formando uma culinária angolana. O “fungue” é um prato local, uma espécie de polenta cremosa de mandioca ou milho. Acompanhamentos comuns são: a “quisaca” (folhas de pé de mandioca maceradas, cozidas e temperadas); peixes ensopados, cozidos ou assados; a galinha cabidala (ao molho pardo); a muamba (galinha, amendoim, quiabo e outros); ou então o feijão no óleo de palma; entre outros. Algumas bebidas típicas são: kimbombo (casca de fruta fermentada); marufo (bebida alcoólica extraída da palmeira); bibidi (cachaça de caju); capurroto (bebidaalcoolica destilada a aprtir do açúcar), dentre outras.

e) Principais atividades econômicas:

Assim como a maioria dos países africanos, a Angola tem suas atividades econômicas ligadas diretamente á produção de café, cana-de-açúcar, sisal, milho coco e amendoim, além de algodão, tabaco, borracha, batata, arroz e banana. No caso da pecuária, as principais criações são de bovinos, caprinos e suínos (respectivamente). Dentro do país também se podem encontrar grandes jazidas de cobre, manganês, fosfato, sal, chumbo, ouro, diamante, petróleo e outros. Na área industrial, encontram-se aqueles ligados ao processamento/ beneficiamentos desses produtos agrícolas (açúcar, cerveja, cimento, celulose, vidro e aço).

f) Instrumentos de produção e tecnologias:

Seus instrumentos de trabalho estão diretamente ligados ás suas atividades econômicas, que envolvem muito a área da agricultura. Desse modo, utiliza-se muito dos materiais para mineração de suas jazidas. Basicamente, utilizam mais mão-de-obra do que maquinários.

g) Arte Angolana:

A arte da máscara azul de Angola, como a maioria da arte africana, as máscaras de madeira e as esculturas não são criações meramente estéticas. Elas têm um papel importante em rituais culturais, representando a vida e a morte, a passagem da infância à vida adulta, a celebração de uma nova colheita e o começo da estação.

Fonte: http://culturaangolana.wordpress.com/

Elementos da crença ou fé

a) Religião predominante:

Atualmente, a religião predominante na angola é o catolicismo. As crenças tradicionalistas como a xãnda e a umbanda praticamente não foram declaradas.

b) Divindade(s) cultuada(s) e principais dogmas: Uma divindade que se destaca e é cultuada em Angola é Vunji, que representa uma divindade da brincadeira, alegria, juventude e mocidade. Ela acontece a cada momento feliz de uma criança, um sorriso demostrado por ela.

c) Relação entre religião e governo: As escolas públicas de angola não exigem educação religiosa. O governo permite que as organizações religiosas e missoes se etabeleçam e administrem escolas; contribui para a livre prática religiosa em geral; o governo exige que os grupo religiosos se registrem no ministério de justiça e da cultura.

Fonte: http://culturaangolana.wordpress.com/

domingo, 27 de novembro de 2011

Cultura de Angola

Origem

O continente africano é considerado como o berço da humanidade. O território do actual estado angolano, é habitado desde o Paleolítico Superior, como indica a presença dos numerosos vestígios desses povos recolectores dos quais se deve salientar a existência de numerosas pinturas rupestres que se espalham ao longo do território. Os seus descendentes, os povos Sam ou Khm, também conhecidos pela palavra bantu mukankala (escravo) foram empurrados pelos invasores posteriores, os bantu, para as areias do deserto do Namibe. Estes povos invasores, caçadores, provinham do norte, provavelmente da região onde hoje estão a Nigéria e Camarões. Em vagas sucessivas, os povos bantu, começaram a alcançar alguma estabilização novas técnicas, como a metalurgia, a cerâmica e a agricultura, criando-se a partir de então as primeiras comunidades agrícolas.

Esse processo de fixação vai até aos nossos dias, como é o caso do povo tchokwé ou quioco, que em pleno século XX se espalhou pelas terras do povo Ganguela. A fase de estruturação dos grupos étnicos e a consequente formação de reinos, que teriam começado a ficar autónomos no século XIII.

Por volta do ano de 1400, surgiu o Reino do Congo mais tarde destacou-se deste no sul o Reino do Ndongo. O mais poderoso foi o reino do Congo, assim chamado por causa do povo Congo que vivia, então como agora, nas duas margens do curso final do rio congo. O Mani Congo, ou rei congo, tinha autoridade sobre a maior parte do norte da moderna Angola, governando através de chefes menores responsáveis pelas províncias.

O reino do Ndongo era habitado pela etnia Kimbundu, e seu rei tinha o título de Ngola. Daí a origem do nome do País. Outros reinos menores também se formaram nesse período.

Os reinos surgem da efectivação de um poder centralizado num chefe de linhagem (Mani, palavra de origem bantu) que ganhou o respeito da comunidade com seu prestígio e poder económico. provavelmente a partir do século XII os reinos começaram a conquistar autonomia.

D. João II, desde que subira ao trono, mostrara ardente e decido empenho em levar a cabo dois grandiosos projectos, cuja realização, glorificando o seu reinado, alongaria extraordinariamente os domínios portugueses além-mar: a continuação das descobertas inauguradas sob os auspícios do Infante e o prosseguimento das conquistas empreendidas por D. Afonso V.

Em 1482, um ano depois de assumir o governo, D. João II mandou Diogo Cão, seu escudeiro, prosseguir a descoberta para o Sul de África. Diogo Cão partiu de Lisboa com duas caravelas, no final do mesmo ano e descobriu a foz do Zaire.

O navegador foi bem acolhido pelo governador local do reino do Congo, que estabeleceu relações comerciais regulares com os colonizadores. Mas o reino de Ngola manteve-se hostil. Entre 1605 e 1641 ocorreram grandes campanhas militares dos colonizadores com o objectivo de conquistar as terras do interior e implantar o domínio político do território.

A dominação não foi tarefa fácil. Os chefes Ngola resistiram especialmente aquando da liderança da rainha Njinga Mbandi (1581-1663), que tinha grande habilidade política. Assim, o poder foi mantido com o reino dos Ngola por mais algumas décadas.

Também os reinos de Matamba e Kassange mantiveram a sua independência até o século XIX.

Em 1617, Manuel Cerveira Pereira deslocou-se ao litoral sul, subjugou os sobas (reis) dos povos Mudombe e Hanha e fundou o reino de Benguela, onde, tal como em Luanda, passou a funcionar uma pequena admnistração colonial. O tráfico de escravos passou a ser o grande negócio, interessando aos portugueses e africanos, mas provocou a escassez de mão-de-obra no campo, a agricultura decaiu, causando grande instabilidade social e política. A estratégia adoptada pela metrópole para a economia angolana baseava-se na exportação de matérias-primas produzidas na colónia, incluindo borracha e marfim, além dos impostos cobrados à população nativa. As disputas territoriais pelas terras africanas envolviam países económica e militarmente mais fortes como França, Inglaterra e Alemanha. Esse facto constituía motivo de grande preocupação para Portugal que começou então a ver a urgência de um domínio mais eficaz do terreno conquistado. Por isso, reformou a sua política colonial no sentido de uma ocupação efectiva dos territórios. A partilha do continente viria a acontecer pouco mais tarde, na conferência de Berlim.

A partir da década de 50 do século XX apareceram os primeiros movimentos nacionalistas que reivindicavam a independência de Angola. Houve conflitos armados nos quais se destacaram o MPLA(Movimento Popular de Libertação de Angola) fundado em 1956, a FNLA(Frente Nacional de Libertação de Angola) fundada em 1961 e a UNITA (União Nacional para a Independência Total de Angola), fundada em 1966. Depois de longos confrontos, o país alcança a independência a 11 de Novembro de 1975.

Riquezas de Angola

Angola possui grande diversidade de recursos naturais. Estima-se que o seu subsolo tenha 35 dos 45 minerais mais importantes do comércio mundial, entre os quais se destacam petróleo, diamante, gás natural, havendo também grandes reservas de fosfato, ferro, manganês, cobre, ouro e rochas ornamentais.

As principais bacias de petróleo em expansão situam-se junto à costa das províncias de Cabinda e Zaire, no norte do País. A reserva de diamante nas províncias de Lunda Norte e Lunda Sul é admirada pela sua qualidade e considerada uma das mais importantes do mundo.

Arte de Angola

A arte da máscara azul de Angola, as máscaras de madeira e as esculturas não são criações meramente estéticas, tal como na maioria da arte africana. Elas têm um papel importante em rituais culturais, representando a vida e a morte, a passagem da infância à vida adulta, a celebração de uma nova colheita e o começo da estação da caça.

Os artesãos angolanos trabalham madeira, bronze e marfim, nas máscaras ou em esculturas. Cada grupo etno-linguístico em Angola tem os seus próprios traços artísticos originais. O pensador de Cokwe é provavelmente a peça de arte mais famosa das criações angolanas, uma obra-prima da harmonia e simetria da linha. O Lunda-Cokwe na parte nordeste de Angola é conhecido também por suas artes plásticas superiores.

Outras partes da assinatura de arte angolana incluem: a máscara fêmea Mwana-Pwo desgastada pelos dançarinos masculinos em seus rituais de puberdade; as máscaras poli-cromáticas de Kalelwa usadas durante cerimónias de circuncisão; as máscaras de Cikungu e de Cihongo que conjure acima das imagens da mitologia de Lunda-Cokwe. Duas figuras chaves neste panteão são a princesa Lweji e o príncipe da civilização Tschibinda-Ilunga.

Também devemos referir a arte em cerâmica preta de Moxico do centro/leste de Angola. Enquanto as máscaras e as estátuas de madeira da África cresceram na popularidade no oeste, a indústria do artesanato em Angola procurou atender a demanda por arte africana. Um dos maiores mercados de artesanato em Angola é o mercado de Futungo, logo ao sul de Luanda. É o centro principal do comércio de artesanato para turistas e expatriados. O mercado está aberto somente aos domingos. A maioria dos comerciantes do artesanato são Kikongo, embora os artesãos mesmos granizem de muitos grupos etno-linguísticos diferentes.

Futungo tem também a vantagem adicionada de ser perto das praias bonitas ao sul de Luanda, onde muitos dos residentes de Luanda gastam seus fins de semana apreciando o sol e a areia da baía de Mussulo. um passeio ao mercado de Futungo pode ser uma aventura. Os comerciantes frequentemente arranjam músicos com instrumentos tradicionais, tais como os marimbas e os kissanges, xingufos (chifres grandes do antílope) e cilindros para dar a sensação de um festival da vila. Os homens vestidos como guerreiros, a roupa desgastando das peles do antílope e do puma, os colares dos escudos e os chocalhos em seus tornozelos, adicionam ao sabor local do mercado.

Em Angola existem várias línguas nacionais, como Quicongo, Kimbundo, Umbundo, Ganguela, Lunda-Tchokwe, Ibinda, entre muitas outras. No que se refere à religião consideram-se três divisões:Católica, Evangélicas e crenças tradicionais.

Música de Angola

O semba é um dos estilos musicais angolanos mais populares. A palavra semba significa umbigada.

O cantor Carlos Burity defende que a estrutura mais antiga do semba situa-se na massemba (umbigada), uma dança angolana do interior caracterizada por movimentos que implicam o encontro do corpo do homem com o da mulher: o cavalheiro segura a senhora pela cintura e puxa-a para si provocando um choque entre os dois (semba).
Jomo explica que o semba (género musical), actual é resultado de um processo complexo de fusão e transposição, sobretudo da guitarra, de segmentos rítmicos diversos, assentes fundamentalmente na percussão, o elemento base das culturas africanas.
Carlos Burity, artista angolano que iniciou a sua carreira na década de 70 define o estilo de música que canta da seguinte forma:

O Semba Semba é canto de avenida
É chuva de primavera

Semba é morte Semba é vida
O Semba Semba é o meu choro dolente
Olhar nossa vida de frente
Semba é suor Semba é gente

O canto do Semba o canto do Semba ele é nobre

O canto do Semba ele é rico o canto do Semba ele é pobre
O canto do Semba ele é rico o canto do Semba ele é pobre

O Semba no morro Semba no morro é fogueira

O Semba que traz liberdade o Semba da nossa bandeira
O Semba que traz liberdade o Semba da nossa bandeira

O Semba, Semba é kanuco de rua

Na escola da vida ele cresce de tanto apanhar se habitua
Na escola da vida ele cresce de tanto apanhar se habitua

A voz do meu Semba a voz do meu Semba urbano

É a voz que me faz suportar o orgulho em ser Angolano
É a voz que me faz suportar o orgulho em ser Angolano

Alguns nomes marcantes do semba são, Dom Caetano, Lurdes Van-Dúnem, Paulo Flores e Eduardo Paím, entre outros.

Dança de Angola

Em Angola, a dança distingue diversos géneros, significados, formas e contextos, equilibrando a vertente recreativa com a sua condição de veículo de comunicação religiosa, curativa, ritual e mesmo de intervenção social. Não se restringindo ao âmbito tradicional e popular, manifesta-se igualmente através de linguagens académicas e contemporâneas. A presença constante da dança no quotidiano, é produto de um contexto cultural apelativo para a interiorização de estruturas rítmicas desde cedo. Iniciando-se pelo estreito contacto da criança com os movimentos da mãe (às costas da qual é transportada), esta ligação é fortalecida através da participação dos jovens nas diferentes celebrações sociais (os jovens são os que mais se envolvem), onde a dança se revela determinante enquanto factor de integração e preservação da identidade e do sentimento comunitário. Depois de vários séculos de colonização portuguesa, Angola acabou por também sofrer misturas com outras culturas actualmente presentes no Brasil, Moçambique e Cabo Verde. Com isto, Angola hoje destaca-se pelos mais diversos estilos musicais, tendo como principais: o Semba, o Kuduro e a Kizomba.

Miss Universo

Leila Lopes, a 12 de Setembro de 2011, trouxe o título de Miss Universo, pela primeira vez para Angola.

Fonte: Wikipedia e Lusoafrica.net

Infraestrutura de Angola

Saúde de Angola

Uma pesquisa em 2007 concluiu que ter uma quantidade pequena ou deficiente de Niacina era comum em Angola.A Saúde de Angola é classificada entre as piores do mundo. Angola está localizada na zona endêmicas de febre amarela. A incidência de cólera é elevada. Apenas uma pequena fração da população recebe atenção médica ainda rudimentar. A partir de 2004, a relação dos médicos por população foi estimada em 7.7 por 100 mil pessoas. Em 2005, a expectativa de vida foi estimada em apenas 38.43 anos, uma das mais baixas do mundo. A mortalidade infantil em 2005 foi estimada em 187.49 por 1000 nascidos vivos, as mais altas do mundo. A incidência de tuberculose em 1999 foi 271 por 100000 pessoas. Taxas de imunização de crianças de um ano de idade em 1999 foram estimadas em 22% de tétano, difteria e tosse convulsa e 46% para sarampo. Desnutrição afetado cerca de 53% das crianças abaixo de cinco anos de idade a partir de 1999. Desde 1975 e 1992, houve 300 mil mortes relacionadas com a guerra civil. A taxa global de morte foi estimada em 24 por 1000 em 2002. A prevalência de HIV/AIDS foi 3.90 por 100 adultos em 2003. A partir de 2004, havia aproximadamente 240000 pessoas que vivem com HIV/AIDS no país. Houve uma morte 21000 estimado de AIDS em 2003. Em 2000, 38% da população teve acesso à água potável e 44% tinham saneamento adequado.

Educação de Angola

Logo depois da independência do país, uma das prioridades foi a de expandir o ensino e de incutir-lhe um novo espírito. Neste sentido, mobilizaram-se não apenas os recursos humanos e materiais existentes em Angola, mas concluiu-se um acordo com Cuba que previu uma intensa colaboração deste país no sector da educação (como, por sinal, também no da saúde). Esta colaboração, de uma notável eficácia, durou 15 anos, e possibilitou avanços significativos em termos não apenas de uma cobertura do território como também de um aperfeiçoamento da qualidade dos professores e do seu ensino.

Apesar destes avanços, a situação continua até hoje pouco satisfatória. Enquanto na lei o ensino em Angola é compulsório e gratuito até aos oito anos de idade, o governo reporta que uma percentagem significativa de crianças não está matriculada em escolas por causa da falta de estabelecimentos escolares e de professores. Os estudantes são normalmente responsáveis por pagar despesas adicionais relacionadas com a escola, incluindo livros e alimentação. Ainda continua a ser significante as disparidades na matrícula de jovens entre as áreas rural e urbana. Em 1995, 71,2% das crianças com idade entre 7 e 14 anos estavam matriculadas na escola. É reportado que uma percentagem maior de rapazes está matriculada na escola em relação às raparigas. Durante a Guerra Civil Angolana (1975-2002), aproximadamente metade de todas as escolas foi saqueada e destruída, levando o país aos actuais problemas com falta de escolas. O Ministro da Educação contratou 20 mil novos professores em 2005 e continua a implementar a formação de professores. Os professores tendem a receber um salário baixo, sendo inadequadamente formados e sobrecarregados de trabalho (às vezes ensinando durante dois ou três turnos por dia). Professores também reportaram suborno directamente dos seus estudantes. Outros factores, como a presença de minas terrestres, falta de recursos e documentos de identidade e a pobre saúde também afastam as crianças de frequentar regularmente a escola. Apesar dos recursos alocados para a educação terem crescido em 2004, o sistema educacional da Angola continua a receber recursos muito abaixo do necessário. A taxa de alfabetização é muito baixa, com 67,4% da população acima dos 15 anos que sabem ler e escrever português. Em 2001, 82,9% dos homens e 54,2% das mulheres estavam alfabetizados. Desde a independência de Portugal, em 1975, uma quantidade consideráveis de estudantes angolanos continuaram a ir todos os anos para escolas, instituições politécnicas e universidades portuguesas, brasileiras, russas e cubanas através de acordos bilaterais.

Por outro lado, verificou-se no ensino superior um crescimento notável. A Universidade Agostinho Neto, pública, herdeira da embrionária "Universidade de Luanda" dos tempos coloniais, chegou a ter cerca de 40 faculdades espalhadas por todo o país; em 2009 foi desmembrada, continuando a existir como tal apenas em Luanda e na Província do Bengo, enquanto se constituíram, a partir das faculdades existentes, seis universidades autónomas, cada uma vocacionada para cobrir determinadas províncias, inclusive pelo sistema dos pólos noutras cidades: em Benguela e Universidade Katyavala Bwila, em Cabinda a Universidade 11 de Novembro, no Huambo a Universidade José Eduardo dos Santos, no Lubango a Universidade Mandume ya Ndemufayo, em Malanje (com Saurimo e Luena) a Universidade Lueij A'Nkonda. Além disto existe desde a independência a Universidade Católica de Angola, em Luanda. A partir dos anos 1990, fundaram-se toda uma série de universidades privadas, algumas ligadas a universidades portuguesas como a Universidade Jean Piaget de Angola, a Universidade Lusófona de Angola, a Universidade Lusíada de Angola, e a Angola Business School (todas em Luanda), outras resultantes de iniciativas angolanas: a Universidade Privada de Angola com campus em Luanda e no Lubango, e em Luanda ainda a Universidade Metodista de Angola e a Universidade Técnica de Angola, a Universidade Independente de Angola, a Universidade Metropolitana de Angola, a Universidade Oscar Ribas, a Universidade Gregório Semedo a Universidade de Belas bem como o Instituto Superior de Ciências Sociais e Relações Internacionais. Todos estes estabelecimentos lutam, em grau maior e menor, com problemas de qualidade, e em Luanda alguns começam a ter problemas de procura.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Economia

A economia de Angola caracterizava-se, até à década de 1970, por ser predominantemente agrícola, sendo o café sua principal cultura. Seguiam-se-lhe cana-de-açúcar, sisal, milho, óleo de coco e amendoim. Entre as culturas comerciais, destacavam-se o algodão, o tabaco e a borracha. A produção de batata, arroz, cacau e banana era relativamente importante. Os maiores rebanhos eram de gado bovino, caprino e suíno.

Angola é rica em minerais, especialmente diamantes, petróleo e minério de ferro; possui também jazidas de cobre, manganês, fosfatos, sal, mica, chumbo, estanho, ouro, prata e platina. As minas de diamante estão localizadas perto de Dundo, no distrito de Luanda. Importantes jazidas de petróleo foram descobertas em 1966, ao largo de Cabinda, e mais tarde ao largo da costa até Luanda, tornando Angola num dos importantes países produtores de petróleo, com um desenvolvimento económico possibilitado e dominado por esta actividade. Em 1975 foram localizados depósitos de urânio perto da fronteira com a Namíbia.

As principais indústrias do território são as de beneficiamento de oleaginosas, cereais, carnes, algodão e tabaco. Merece destaque, também, a produção de açúcar, cerveja, cimento e madeira, além do refino de petróleo. Entre as indústrias destacam-se as de pneus, fertilizantes, celulose, vidro e aço. O parque fabril é alimentado por cinco usinas hidroeléctricas, que dispõem de um potencial energético superior ao consumo.

O sistema ferroviário de Angola compõe-se de cinco linhas que ligam o litoral ao interior. A mais importante delas é a estrada de ferro de Benguela, que faz a conexão com as linhas de Catanga, na fronteira com o Zaire. A rede rodoviária, em sua maioria constituída de estradas de segunda classe, liga as principais cidades. Os portos mais movimentados são os de Luanda, Lobito, Benguela, Namibe e Cabinda. O aeroporto de Luanda é o centro de linhas aéreas que põem o país em contacto com outras cidades africanas, europeias e americanas.

Um problema estrutural sério da economia angolana é a desigualdade muito marcada entre as diferentes regiões, em parte causadas pela guerra civil prolongada. O dado mais eloquente é a concentração de cerca de um terço da actividade económica em Luanda e na província contígua do Bengo, enquanto em várias áreas do interior se verificam até processos de regressão.

Pobreza e desigualdade social


Os benefícios do crescimento económico de Angola chegam de maneira bastante desigual à população. É visível o rápido enriquecimento de um segmento social ligado aos detentores do poder político, administrativo e militar Um leque de "classes médias" encontra-se em formação nas cidades onde se concentram mais de 50% da população. No país, grande parte da população vive em condições de pobreza relativa, com grandes diferenças entre as cidades e o campo: um inquérito realizado em 2008 pelo Instituto Nacional de Estatística indica que 37% da população angolana vive abaixo da linha de pobreza, especialmente no meio rural (o índice de pobreza é de 58,3%, enquanto o do meio urbano é de apenas 19%). Nas cidades grande parte das famílias, além dos classificados como pobres, está remetida para estratégias de sobrevivência . Nas área urbanas, também as desigualdades sociais são mais evidentes, especialmente em Luanda.

O advento da paz militar, em 2002, permitiu um balanço diferenciado dos problemas económicos e sociais extremamente complexos que se colocavam ao país, mas também do leque de possibilidades que se abriam. Os indicadores disponíveis até à data indicam que a lógica da economia política, seguida desde os anos 1980 e de maneira mais manifesta na década dos anos 2000, levou a um crescimento económico notável, em termos globais, mas ao mesmo tempo manteve e acentuou distorções graves, em termos sociais e também económicos.

Convém referir que, nas listas do Índice de Desenvolvimento Humano elaboradas pela ONU, Angola ocupa sempre um lugar entre os países mais mal colocados.

Política de Angola

O regime político vigente em Angola é o presidencialismo, em que o Presidente da República é igualmente chefe do Governo, que tem ainda poderes legislativos. O ramo executivo do governo é composto pelo presidente (actualmente José Eduardo dos Santos), pelo vice-presidente (Fernando da Piedade Dias dos Santos, desde Janeiro de 2010, quando foi aprovada nova Constituição) e pelo Conselho de Ministros.

Os governadores das 18 províncias são nomeados pelo presidente e executam as suas directivas. A Lei Constitucional de 1992 estabelece as linhas gerais da estrutura do governo e enquadra os direitos e deveres dos cidadãos. O sistema legal baseia-se no português e na lei do costume, mas é fraco e fragmentado. Existem tribunais só em 12 dos mais de 140 municípios do país. Um Supremo Tribunal serve como tribunal de apelação. O Tribunal Constitucional é o órgão supremo da jurisdição constitucional, teve a sua Lei Orgânica aprovada pela Lei n.° 2/08, de 17 de Junho, e a sua primeira tarefa foi a validação das candidaturas dos partidos políticos às eleições legislativas de 5 de Setembro de 2008.

A guerra civil de 27 anos causou grandes danos às instituições políticas e sociais do país. As Nações Unidas estimam em 1,8 milhões o número de pessoas internamente deslocadas, enquanto que o número mais aceite entre as pessoas afectadas pela guerra atinge os 4 milhões. As condições de vida quotidiana em todo o país e especialmente em Luanda (que tem uma população de cerca de 4 milhões, embora algumas estimativas não oficiais apontem para um número muito superior) espelham o colapso das infra-estruturas administrativas bem como de muitas instituições sociais. A grave situação económica do país inviabiliza um apoio governamental efectivo a muitas instituições sociais. Há hospitais sem medicamentos ou equipamentos básicos, há escolas que não têm livros e é frequente que os funcionários públicos não tenham à disposição aquilo de que necessitam para o seu trabalho.

Em 5 e 6 de Setembro de 2008 foram realizadas eleições legislativas, as primeiras eleições desde 1992. As eleições decorreram sem sobressaltos e foram consideradas válidas pela comunidade internacional, não sem antes diversas ONG e observadores internacionais terem denunciado algumas irregularidades. O MPLA obteve mais de 80% dos votos, a UNITA cerca de 10%, sendo os restantes votos distribuídos por uma série de pequenos partidos, dos quais apenas um (PRS, regional da Lunda) conseguiu eleger um deputado. O MPLA pode portanto neste momento governar com uma esmagadora maioria.

De acordo com a nova Constituição, aprovada em Janeiro de 2010, passam a não se realizar eleições presidenciais, sendo o Presidente e o Vice-presidente os cabeças-de-lista do partido que tiver a maioria nas eleições legislativas. A nova constituição tem sido criticada por não consolidar a democracia e usar os símbolos do MPLA como símbolos nacionais.

Em Angola, e mais especialmente em Luanda, a estrutura e as práticas do regime político criaram um clima de descontentamento que até à data teve pouca expressão pública, não apenas por receio, mas também por falta de mecanismos de articulação credíveis. Entretanto, aparentemente inspirada pelas revoltas populares em diferentes países árabes, correram em Fevereiro/Março de 2011 iniciativas para organizar pela Internet, em Luanda, demonstrações de protesto contra o regime. Uma nova manifestação, visando em particular a pessoa do Presidente, teve lugar em inícios de Setembro de 2011.

Aspectos que merecem uma atenção especial são os decorrentes das políticas chamadas de descentralização e desconcentração, adoptadas nos últimos anos, e que remetem para a necessidade de analisar a realidade política a nível regional (sobe tudo provincial) e local.

Línguas de Angola

O português é a língua oficial de Angola. De entre as línguas africanas faladas no país, algumas têm o estatuto de línguas nacionais. Estas assim como as outras línguas africanas são faladas pelas respectivas etnias e têm dialectos correspondentes aos subgrupos étnicos .

A língua nacional com mais falantes em Angola é o umbundu, falado pelos Ovimbundu na região centro-sul de Angola e em muitos meios urbanos. É língua materna de cerca de um terço dos angolanos .

O kimbundu (ou quimbundo) é a segunda língua nacional mais falada - por cerca da quarta parte da população, os Ambundu que vivem na zona centro-norte, no eixo Luanda-Malanje e no Kwanza Sul. É uma língua com grande relevância, por ser a língua da capital e do antigo Reino do Ndongo. Foi esta língua que deu muitos vocábulos à língua portuguesa e vice-versa.

O kikongo (ou quicongo) falado no norte, (Uíge e Zaire) tem diversos dialectos. Era a língua do antigo Reino do Kongo, e com a migração pós-colonial dos Bakongo para o Sul esta tem hoje uma presença significativa também em Luanda . Ainda nesta região, na província de Cabinda, fala-se o fiote ou ibinda.

O chocué (ou tchokwe) é a língua do leste, por excelência. Tem-se sobreposto a outras da zona leste e é, sem dúvida, a que teve maior expansão pelo território da actual Angola, desde a Lunda Norte ao Cuando-Cubango.

Kwanyama (Cuanhama ou oxikwanyama), nhaneca (ou nyaneca) e sobre tudo o umbundo são outras línguas de origem bantu faladas em Angola. No sul de Angola são ainda faladas outras línguas do grupo khoisan, faladas por pequenos grupos de san, também chamados bosquímanos.

Embora as línguas nacionais sejam as línguas maternas da maioria da população, o português é a primeira língua de 30% da população angolana — proporção que se apresenta muito superior na capital do país —, enquanto 60% dos angolanos afirmam usá-la como primeira ou segunda língua.

Religião de Angola

Em Angola existem actualmente cerca de 1000 religiões organizadas em igrejas ou formas análogas . Dados fiáveis quanto aos números dos fiéis não existem, mas a grande maioria dos angolanos adere a uma religião cristã ou inspirada pelo cristianismo. Cerca da metade da população está ligada à Igreja Católica, cerca da quarta parte a uma das igrejas protestantes introduzidas durante o período colonial: as baptistas, enraizadas principalmente entre os bakongo, as metodistas, concentradas na área dos ambundu, e as congregacionais, implantadas entre os ovimbundu, para além de comunidades mais reduzidas de protestantes reformados e luteranos. A estes há de acrescentar os adventistas, os neo-apostólicos e um grande número de igrejas pentecostais, algumas das quais com forte influência brasileira . Há, finalmente, duas igrejas do tipo sincrético, os kimbanguistas com origem no Congo-Kinshasa , e os tocoistas que se constituíram em Angola , ambas com comunidades de dimensão bastante limitada. É significativa, mas não passível de quantificação, a proporção de pessoas sem religião. Os praticantes de religiões tradicionais africanas constituem uma pequena minoria, de carácter residual, mas entre os cristãos encontram-se com alguma frequência crenças e costumes herdados daquelas religiões. Há apenas 1 a 2% de muçulmanos, quase todos imigrados de outros países (p.ex. da África Ocidental), cuja diversidade não permite que constituam uma comunidade, apesar de serem todos sunitas. Uma parte crescente da população urbana não tem ou não pratica qualquer religião, o que se deve menos à influência do Marxismo-Leninismo oficialmente professado nas primeira fase pós-colonial, e mais à tendência internacional no sentido de uma secularização. Em contrapartida, a experiência com a Guerra Civil Angolana e com a pobreza acentuada levaram muitas pessoas a uma maior intensidade da sua fé e prática religiosa, ou então a uma adesão a igrejas novas onde o fervor religioso é maior. A Igreja Católica, as igrejas protestantes tradicionais e uma ou outra das igrejas pentecostais têm obras sociais de alguma importância, destinadas a colmatar deficiências quer da sociedade, quer do Estado. Tanto a Igreja Católica como as igrejas protestantes tradicionais pronunciam-se ocasionalmente sobre problemas de ordem política.

Demografia de Angola

Segundo as estimativas do United Nations Department of Economic and Social Affairs, a população de Angola era em 2010 de cerca de 19 milhões, dos quais pouco mais da metade viviam nas cidades.

Estrutura social

Os habitantes de Angola são de diferentes raças e etnias, com as seguintes percentagens aproximativas:

Os principais centros urbanos, além da capital Luanda, são o Lobito, Benguela, Huambo (antiga Nova Lisboa) e Lubango (antiga Sá da Bandeira). Apesar da riqueza do país em matérias-primas, grande parte da sua população vive em condições de pobreza relativa.

Indicadores demográficos

Os indicadores acima apontam para uma grande complexidade dos tecidos sociais em Angola que, no entanto, está até à data relativamente mal estudada. Desde meados do século passado, estão manifestos processos de estratificação social e mesmo de formação de classes sociais, mas os trabalhos até hoje apresentados sobre este aspecto são pouco satisfatórios. Ainda menos investigado está a relação das estruturas sociais com as identidades sociais étnicas e raciais.

Fonte: Wikipédia